terça-feira, setembro 21

A influência partidária que distorce a noção das coisas

Outro dia, no jornal Correio de Gravataí, uma opinião minha a respeito de algumas situações ocorridas no desfile de 7 de setembro em Gravataí, foi publicada. No texto, eu questionei a atitude de um funcionário público municipal, em cargo de confiança, popular “CC”, que no exercer de suas atividades (estava trabalhando na organização do evento) caminhava de um lado para o outro com vários adesivos de propaganda partidária colados na roupa. Também mencionei o fato de, nos auto-falantes da avenida a voz do locutor pronunciava de tempos em tempos alguma coisa que remetesse a escola técnica, os seus benefícios, a necessidade da cidade em “ganhar” uma, etc. Neste segundo caso questionei àquilo que me pareceu “alfinetadas” do governo municipal à direção, aos pais e alunos da escola Santa Rita, que, em sua maioria, estão em pé de guerra com a prefeitura. Para quem não sabe a condição para a instalação da escola técnica federal no prédio da Escola Santa Rita é a extinção do ensino fundamental, que atualmente funciona no local.

Após estas considerações questionei as posturas (do funcionário público e do locutor), representantes de todos os cidadãos, pelo serviço que prestam, se seria politicamente correto, no caso do primeiro, em horário de expediente, fazer merchandising político e do segundo, incitar animosidades entre a população envolvida e a administração pública.

Pois bem, estas duas opiniões chatearam uma leitora que escreveu para o jornal lamentando a minha postura. Em algumas palavras o seu texto dizia que ela não entendia como poderia haver pessoas contra a vinda de uma escola técnica e que a disputa política toma rumos muito perigosos onde muitas vezes se perde a noção do certo e do errado.

Apesar de ter sido mal compreendido, gostei do texto da leitora, achei de muito bom gosto o tom cordial e polido utilizado para criticar. Contudo, penso que infelizmente a minha opinião não passa de mera opinião, restrita ao campo das ideias e do pensamento, enquanto a questão partidária referida pela colega leitora, esta sim, transcende a teoria e muitas vezes se torna devastadoras no universo da vida cotidiana. Muito antes de minha constatação já vem o fanatismo partidário que não reconhece limites morais, éticos e culturais, muito antes da minha opinião, já vem o jogo de mensagens subliminares, indiretas e diretas, do discurso maniqueista, das opiniões e o uso do poder político e econômico para a manutenção dos grupos dominantes nos postos de poder.

Não sei bem, ainda, o por quê desta situação envolvendo o Santa Rita e a Escola Técnica Federal. Concordo com a leitora, quero e sonho com uma escola técnica em nossa cidade, mas ao preço de uma escola fundamental?

Acredito fielmente que poderia e pode ser tomada outra via para a instalação de uma escola técnica em Gravataí, sem jogos partidários e sem fechar escolas de ensino fundamental. Como o próprio nome diz, é fundamental.
 
Só para pensar... não vi a manifestação de algumas entidades que sempre se pronunciam quando o assunto é educação. Será que é a influência partidária???
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