sexta-feira, fevereiro 26

O Bial precisa de advogado?

Não precisa muito, basta digitar na pesquisa do Google “BBB” ou Pedro Bial, para se deparar com diversos artigos, crônicas e teses com críticas e defesas ao programa e seu apresentador. Tanto as críticas quanto as defesas podem ir de uma simples palavra até as mais complexas análises. Este artigo, com todo o respeito ao ponto de vista do advogado que o escreveu, é uma antítese ao artigo O advogado do Bial, publicado em Zero Hora do dia 25 de fevereiro. Naquele artigo o apresentador Pedro Bial é condenado pelo ato de chamar os seus brothers de heróis. O adjetivo, segundo o crítico, só poderia ser usado para os verdadeiros heróis de nossa história, personagens dos livros, ou àqueles que trabalham pelo sustento de suas famílias e a manutenção e desenvolvimento de seu país. No artigo o apresentador Pedro Bial, apesar das considerações sobre a sua responsabilidade por cumprir com profissionalismo o seu papel na empresa Rede Globo, é acusado de cometer uma verdadeira heresia ao chamar os participantes de heróis, pois estaria assim comparando-os com os dedicados trabalhadores brasileiros. Respeito e, em parte, apoio a sua tese, mas não posso deixar de lado, neste tipo de posicionamento, as condições de análise do objeto, do fato. Se não vejamos. Será que sua crítica ao Bial e ao programa é apoiada por estes mesmos trabalhadores (os seus heróis “menosprezados”)? Será que esse jeito novo de conduzir um programa (despojado, descontraído, a lá Faustão) não é o que este público quer assistir? Será que, mesmo que seja “forçar a barra” chamar um grupo de participantes de um realit show de heróis, as pessoas que acompanham e dão audiência ao programa não estão aprovando? É impossível ter uma margem de erro pequena sobre uma análise do todo quando se resolve estudar apenas algumas partículas. Ao criticar devemos sempre considerar o contexto dos fatos. O Big Brother, um membro da família dos Realit Shows, é um fenômeno da era áudio-visual. Porém, como qualquer outro entretenimento de massa, enfrentará muita resistência e críticas até que, naturalmente, se coloque em um nível superior, onde fará companhia aos inquestionáveis, lá onde já estão as novelas, o futebol, o carnaval, etc. A propósito: nenhum desses inquestionáveis precisa de advogado!

quarta-feira, fevereiro 24

O espanto de Avatar

Passado pouco mais de dois meses do lançamento do filme Avatar, sucesso de bilheteria no mundo todo, decidi ir ao cinema com a família e conferir os tão comentados efeitos 3D, para quem não lembra ou não sabe é aquela dimensão que dá a sensação de profundidade na imagem exibida na tela plana. O primeiro espanto da noite ocorreu antes mesmo da sessão começar. A fila para entrar na sala tinha inacreditáveis dezenas de metros. Fato considerado normal não fosse o filme estar em cartaz a mais de dois meses.

O segundo espanto, este previsível e aguardado, ficou por conta dos efeitos em 3D. Caramba, é realmente fantástico, a impressão é de que você pode tocar os personagens ou os objetos da cena. Definitivamente esta é uma tecnologia que realmente veio para revolucionar. Arrisco-me a dizer que, tal como aconteceu com o VHS e o DVD ou a fita K7 e o CD, acontecerá com a TV comum e a TV 3D. Vou aguardar ansioso por essa inovação.

Mas o terceiro, maior e agradável espanto, ficou por conta do roteiro do filme. Isso mesmo. Diante de tanta crítica ao tema, considerado um clichê requentado nas telas dos cinemas (o capitalismo que destrói a natureza; os interesses dos poderosos sobrepondo-se aos interesses dos “fracos”; a invasão armada do território alheio justificada pelo desenvolvimento econômico; etc e tal) e da inegável atenção chamada para a nova tecnologia de exibição, o roteiro do filme também causou espanto.

Eu penso que essa nova geração, nascida a partir do ano 2000, trás consigo uma consciência evoluída, um apreço pela natureza e por tudo aquilo que ela representa para o equilíbrio da vida na terra. A nossa geração, o pessoal dos vinte, trinta anos a fora, por outro, já é mais “dura”, insensíveis para essa relação com a natureza. Mas ontem na sala do cinema, diante de uma representação chocante dessa nossa insensibilidade, enquanto todos assistiam angustiados a cena, muito bem explorada, da derrubada de uma árvore importante para o equilíbrio natural daquele ecossistema (cena talvez comparável àquela em que a mãe desesperada põe os filhos para dormir em quanto o Titanic afunda. Também dirigido por Cameron), a manifestação de uma criança, de aproximadamente nove ou dez anos, causou calafrios aos espectadores das cadeiras mais próximas.

Com a voz estremecida, delicada de menininha quase chorando, escapa-lhe um alto e sufocante: “Nããão!”. Um desabafo que parecia sair do filme. E tenho certeza que todos ali naquela sala queria gritar, em coro, a mesma coisa. Essa menina ainda não sabe mas a maioria ali, sabia que aquela estória retratava a nossa história. Que foi contada mais uma vez, para que não esqueçamos. Eu tive e apostaria que muita gente também teve, a vontade de ser como o protagonista do filme: não só pela oportunidade de lutar por algo realmente importante, impossível de se mensurar em dinheiro, mas por ter tido uma chance de fazer as coisas do jeito certo, recomeçando do zero. E por ai que passa a força desse roteiro. Méritos ao diretor, que contou o mesmo conto, pela milionésima vez e conseguiu proporcionar um encanto como se fosse a primeira. De forma simples e mágica o filme identifica público com personagens, história com estória e a realidade com um sonho.

quinta-feira, fevereiro 18

Imagens de Gravataí

Sempre que tiver oportunidade postarei aqui no blog fotos de Gravataí. Sejam de lugares conhecidos ou não a ideia é mostrar um pouco daquilo que o pessoal que vive ou passa por aqui aprecia no dia-a-dia.

Centro da cidade: Av. José Loureiro da Silva


Loteamento Auxiliadora: Rua Lino Estácio dos Santos

Centro da cidade: Casa dos Açores

quarta-feira, fevereiro 17

As obviedades do Carnaval

Festa, bebedeira, muita “pegação” e... morte! Sim: morte! Esta é a lista das obviedades do carnaval brasileiro. Pode-se mudar um ou outro item desta lista, mas a morte não. Mais uma vez o feriadão de carnaval confirma a lamentável expectativa e contribui para a engorda do número de mortes decorrentes de acidentes de transito. Apesar das campanhas de conscientização e valorização da vida nas ruas, rádios, jornais e TV, até a manhã desta quarta-feira de cinzas, já foram contabilizadas 30 mortes nas estradas gaúchas. Certamente ocorrerão mais algumas até o final do dia. Estes números seriam muito maiores se aqueles feridos que são removidos com vida do local do acidente e falecem nos leitos de hospitais fossem registradas como vítimas do trânsito. Os acidentes de trânsito são responsáveis pela terceira maior causa de morte no Brasil. Os feriados de Natal, Reveillon e Carnaval, são das datas mais fatídicas no país. A analise destes dados é chocante, seja pelos altos índices, seja pela obviedade da causa de muitos acidentes, seja pela idade das pessoas que perderam suas vidas, em grande parte jovens entre 20 e 30 anos, ou mesmo pela impotência, incompetência de nossa sociedade em reagir diante de fatos e situações dadas, sabidas, previsíveis. Não havia a menor sombra de dúvidas que o feriadão de carnaval terminaria com trágicas histórias e alto número de mortes nas estradas. As perguntas que ficam são: Por que a sociedade é complacente? Por qual motivo os órgãos de segurança são tão ineficientes, uma vez que “sabem” de antemão o que está por vir? Onde está a seriedade e rigidez da fiscalização? Lei Seca, controle de velocidade, vistoria de veículos, punição severa para os delinquentes? No Rio de Janeiro, a Lei seca, como se acompanha diariamente nos telejornais, continua ativa pelos bairros e avenidas da cidade. Por qual razão paramos com a nossa? Por que não melhorar a fiscalização e a conscientização das pessoas nas estradas, nos bares, nas saídas de festas? O que é preciso para que a sociedade se conscientize? São situações que precisam ser questionadas e reivindicadas para que evitemos o choro óbvio após cada feriadão. Ah, claro: o choro também se inclui na lista.
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