terça-feira, janeiro 19

E as mortes no trânsito? Quem paga a conta?

Pelo menos 15 pessoas morreram no trânsito, neste final de semana, nas rodovias gaúchas. A carnificina sobre rodas no Brasil, e especialmente no Rio Grande do Sul, a algum tempo não é mais um privilégio apenas das datas festivas e feriadões, qualquer final de semana é candidato a tirar uma dezena de pessoas de suas famílias, amigos, trabalho. Mesmo com a lei seca, que ajudou bastante a diminuir os índices de morte por embriaguez, mesmo com as belas campanhas publicitárias, de altíssimo grau de inteligência, uma vez que busca o foco no amigo do condutor embriagado e não no próprio, que já considera essa situação de direção e álcool uma normalidade, mesmo com todas as campanhas de conscientização de valorização da vida os números de mortes permanecem crescendo ou pelo menos iguais. A questão vai além, vai mais profundo do que pensamos e por conseqüência, passa a margem da forma como estamos tratando o tema, isso, ao que tudo indica, parece estar relacionado a uma questão de ética, de comportamento moral, de conscientização de regras sociais, aquelas que são intrinsecamente passadas de geração para geração, que de alguma forma, por algum fenômeno (criado por nós mesmos em algum lugar do passado) não entra abordo do veículo junto com condutor. Talvez seja necessário abordar a conscientização do trânsito seguro através de uma discussão relacionada a ética, ao comportamento social. O trânsito fatal, a guerra do trânsito, o trânsito que mata, talvez seja preciso uma mudança no ponto de vista: tirar essa responsabilidade da causa, da terceira pessoa e trazê-la para a primeira, segunda pessoa… Parece-me mais sensato responsabilizar as pessoas e sua ausência de ética e racionalidade ao volante do que botar na conta do subjetivo trânsito, que apesar de não reclamar sempre deixa a conta para nós pagarmos.

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