sexta-feira, julho 9

Reconhecimento nem sempre é sinal de compreensão. Por, Joelson Cardoso

Lendo um artigo (Blog Pois éh Guria) de uma grande amiga, sobre a política nacional e a sua evolução, encontrei motivação para fugir do foco nos estudos de final de semestre acadêmico e arranjei um tempo para também escrever minha opinião sobre este tema.

É importante dizer que este artigo passa longe de uma opinião partidária ou influenciada, tento aqui exercitar a técnica científica de analise política. Dito isto vamos ao assunto.

Quando começou o governo Lula, no longínquo janeiro de 2003, poucos se lembram, mas uma grande crise se avizinhava a economia brasileira, era o temor do mercado externo com o aquilo que imaginavam ser um novo governo “hugochaviano”, só que desta vez em um país muito maior e potente. Era dólar disparando, inflação avançando, investimentos retraídos, juros subindo... Em fim, um desespero. Somente as classes mais baixas estavam felizes com a conquista. A final de contas era um operário tomando as rédeas desse gigantesco baio chamado Brasil. Até mesmo aqueles, classe média e alta, que votaram com a esperança de revolução, já mostravam-se apreensivos com futuro que se apresentava.

Não sei se aquela turbulenta virada de ano influenciou, mas para surpresa geral dos brasileiros e do mundo, Lula e seus comandados fizeram o que nenhum presidente de oposição havia feito até então, do alto de uma surpreendente coerência e visão estratégica, rompendo até mesmo com a vontade e opinião de muitos de seus fieis companheiros, decidiu dar segmento as políticas da gestão anterior.

O fato é que: ao não mudar, Lula acabou mudando o Brasil. Sua longa experiência na lida sindical lhe ensinou que os processos precisam ter seqüência para dar resultado. E, acredito que, seu estudo de foco comunista tenha mostrado que a práxis histórica cobra coerência de seus líderes.

Para o PT, um partido estigmatizado como a última esperança, era vital impactar, sem perda de tempo já no primeiro mandato, sob o risco de não haver uma segunda chance. Lembram do último e único governo do PT, no RS? Estrategicamente era preciso adotar uma lógica de construir e não a habitual de reconstruir.

Logo, este governo que muitos afirmam ter oito anos na verdade começou a muito mais tempo, arrisco-me a dizer que vem desde o tempo da ressurreição do fusca, lá com o então presidente Itamar Franco e que aprimorou-se com o Sr. FHC, talvez o mais revolucionário presidente dessa nova era política brasileira.

Se fizermos uma alusão a uma construção habitacional, esta grande mansão, construída pelo atual governo, foi erguida sobre a fundação deixada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, abaixo de muitas críticas e piadas.

Lula também teve muitos problemas, alguns tão graves que em outros tempos resultariam em impeachment, mas isso não vem ao tema aqui proposto. Já os méritos do Lula: estes são muitos, além de dar continuidade ao que já tinha sido pensado e feito, criou novos mecanismos para gerir este quase continente, tirou muita gente da miséria, deu oportunidade de crescimento a muitas pessoas e manteve a solidez da economia.

Se espicharmos um pouco essa analise veremos que no Rio grande do Sul acontece algo semelhante ao caso mencionado sobre FHC e Lula, um olhar mais detalhado e desprendido de dogmas partidários (talvez o mal que cega o povo gaúcho), mostraria que o trabalho feito pela atual governadora Yeda Crusius é semelhante ao que foi feito por Fernando Henrique e está sendo melhorado por Lula na presidência, o que me deixa tranqüilo em afirmar que o próximo governo, independentemente de quem seja eleito, fará uma boa administração, com ótimos resultados para nós cidadãos, brasileiros e gaúchos. Claro, se inteligentemente, souber lidar com a estrutura que irá herdar, assim como Lula soube fazer quando assumiu o Brasil de Fernando Henrique Cardoso.

2 comentários:

  1. Pena que a Yeda precisou reconstruir e acabar com a qualidade do ensino, através dos cortes inúmeros na base salarial dos professores. Se não fosse esse detalhe, seria um belo governo. Ainda acredito que professores sejam a mais importante base par a tal educação e acabar com o pouco que se tinha nessa classe não ajuda muito, quem dependia do governo para realizar certos sonhos...

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  2. Pois éh guria... na real os discursos de apegos ideológicos sempre acabam um tanto distorcidos... Infelizmente no Brasil a maioria das pessoas querem se interar daquilo que chega até elas, vide as eleições: voto por favores o famoso "o que eu ganharei com isso?"... O dia que os cidadãos se importarem mais com as questões fundamentais da administração pública (dever de qualquer um), ai ele entenderá o que é decisão política e decisão técnica. Ai poderá ter uma visão mais clara e realista do que é feito em governo x ou y. E quanto a queixa de inúmeros cortes na base salarial dos professores, digo que uma pesquisa superficial aponta para uma questão um pouco diferente desta. Vou pesquisar mais a fundo e postarei aqui o resultado.
    Valeu pelo coment.

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