quarta-feira, junho 9

Penso, logo existo!? Por, Joelson Cardoso

Certamente muitos já se questionaram sobre isso, mas acredite, a grande maioria se privou deste deleite filosófico acerca do ser e agir do seu próprio eu.

Percebo que, cada vez mais, filosofar - o pensar mais valioso do ser humano – fica fora de moda.

Imagino o que seria de René Descartes vivendo entre nós, na sociedade ocidental pós-moderna, para começar uma grande mudança ocorreria em uma das maiores frases de todos os tempos, o seu famoso “penso, logo existo”-(em latim: “cogito, ergo sum”) passaria a ser algo do tipo: “consumo, logo existo”, que em latim... bem, ficarei devendo em latim.

O fato é que, atualmente, pensar qualquer coisa que não seja aplicado ou direcionado ao nosso sistema de vida “neo-capitalista” é considerado uma perda de tempo, entretenimento ou coisa de velho aposentado. Estudar, qualquer coisa, na área de ciências humanas então é motivo de convulsão familiar.

Decisões que levam em conta a busca da sabedoria, do “iluminismo”, em geral não são valorizadas, não gozam de status social. E nem poderiam... O consumismo, elo gerador e garantidor de uma sociedade geográfica, cultural e economicamente globalizada, não se desenvolveria em meio a seres pensantes, críticos, dotados de consciência.

Então chegamos ao ponto, pois, para que houvesse a construção social desta instituição, deste novo sistema de vida, coercitivo, baseado no capital, era necessário a utilização de um dispositivo de controle das “massas”. Este dispositivo foi (e continua sendo) a alienação.

Mudar agora, como passe de mágica, não é possível, não precisa ser um gênio para constatar isso, a questão é: será que não podemos fazer mais do que apenas assistir?

Será que não é possível pensar um pouco sobre esse mundo de injustiças sociais, do consumo pelo consumo, das desigualdades econômicas, da alienação generalizada, da destruição ambiental e a partir daí começar a existir de forma um pouco mais racional?

Não penso em uma sociedade de filósofos eruditos, mas me seduzo pela ideia de pessoas menos alienadas, menos robôs pré-programados para o consumo e sim mais sapientes, mais humanas, mais sentimentais e reflexivas acerca do seu “ser” e o do próximo.

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